E lá vai o dia começando! Naquele cedo de labutar .
A canção estridente, desconcertantemente sonora, sacode os lençóis e puxa a cama , com profundos sentimentos urbanos, vindos de lábios ou de silício(s e eletrônico) ou metálicos (se mecânico), que chamam para um ânimo morno ou quente, já que depende se opção de ter visto aquele “filmimnho” legal de distrair , esticando a noite por mais uma ou duas horas.
E pelas notas estridentes da canção sem sentido , de tamanha pureza urbana, os pés pulam cama à fora , buscando sedenta uma solução para desinfetar o mal hálito da língua que vibra entre os dentes as primeiras palavras apressadas do dia que se dirigem ao relógio ou a falta de folga (pode se chamar preguiça também!).
Assim parte do sono , uma pequena porcentagem, vai por água fria e ralo à baixo, na borbulhante corrente do sabão, que indiferente , continua fazendo bolhas coloridas e flutuantes ignorando a pressa, diluindo-a no chão da água.
Murmurando então a chaleira fervente, a toalha estala pelo corpo preparando-o para o sagrado ritual de vestir as roupas já passadas, enquanto a toalha grita que o relógio vai embora sem dó nem piedade. Roupa estendida, quase lisa, eo café que se vai saindo numa mesa ligeira, para alguns aguado, outros apressado e abastecedor. Porém outros tantos so vai noutro parágrafo, pois é pelo caminho, tem café que só se embala na rua, não dá tempo de casa.
Amenizando a pressa, um calçado, tênis ou sapato, sorri um sorriso largo e matinal ,que em resposta vai-lhe um pé , com meia recém colocada, completando o sorriso , e já chamando para o trabalho. A camisa vai num abraço envolvente, banhada de desodorante e perfume a gosto. Camisas não gostam de abraçar ninguém sem esses detalhes, confessou-me uma outro dia desses . Chave na mão carteira e bolsa penduradas e guardadas em algum lugar, catam também a porta lhe expulsando de casa , de chofre, para mais um dia.
E lá se vão os pés... calçados e sorridentes, que pela pressa deslizam no bocejo de um que se corre no compasso do horário , e nem sempre certo, do coletivo certamente cheio.
Corre Pezinho, olha a hora! Não riam de bobo nem você nem o sapato!