quinta-feira, 29 de maio de 2008

Dia de trabalho ( Ritual Matinal)

E lá vai o dia começando! Naquele cedo de labutar .

A canção estridente, desconcertantemente sonora, sacode os lençóis e puxa a cama , com profundos sentimentos urbanos, vindos de lábios ou de silício(s e eletrônico) ou metálicos (se mecânico), que chamam para um ânimo morno ou quente, já que depende se opção de ter visto aquele “filmimnho” legal de distrair , esticando a noite por mais uma ou duas horas.

E pelas notas estridentes da canção sem sentido , de tamanha pureza urbana, os pés pulam cama à fora , buscando sedenta uma solução para desinfetar o mal hálito da língua que vibra entre os dentes as primeiras palavras apressadas do dia que se dirigem ao relógio ou a falta de folga (pode se chamar preguiça também!).

Assim parte do sono , uma pequena porcentagem, vai por água fria e ralo à baixo, na borbulhante corrente do sabão, que indiferente , continua fazendo bolhas coloridas e flutuantes ignorando a pressa, diluindo-a no chão da água.

Murmurando então a chaleira fervente, a toalha estala pelo corpo preparando-o para o sagrado ritual de vestir as roupas já passadas, enquanto a toalha grita que o relógio vai embora sem dó nem piedade. Roupa estendida, quase lisa, eo café que se vai saindo numa mesa ligeira, para alguns aguado, outros apressado e abastecedor. Porém outros tantos so vai noutro parágrafo, pois é pelo caminho, tem café que só se embala na rua, não dá tempo de casa.

Amenizando a pressa, um calçado, tênis ou sapato, sorri um sorriso largo e matinal ,que em resposta vai-lhe um pé , com meia recém colocada, completando o sorriso , e já chamando para o trabalho. A camisa vai num abraço envolvente, banhada de desodorante e perfume a gosto. Camisas não gostam de abraçar ninguém sem esses detalhes, confessou-me uma outro dia desses . Chave na mão carteira e bolsa penduradas e guardadas em algum lugar, catam também a porta lhe expulsando de casa , de chofre, para mais um dia.

E lá se vão os pés... calçados e sorridentes, que pela pressa deslizam no bocejo de um que se corre no compasso do horário , e nem sempre certo, do coletivo certamente cheio.

Corre Pezinho, olha a hora! Não riam de bobo nem você nem o sapato!

4 comentários:

nina disse...

Hummm...
Nunca parei para analisar minha rotina através de meus sapatos...

Rsrsrs, como vai professor?

Éverton Vidal Azevedo disse...

Muito bacana, a visao do início do dia a partir dos pés rs!

Novidade: A carta chegou, está aqui em minhas maos, chegando em casa vou lê-la- Desde já muito obrigado, estou muito feliz!

Inté!

Gabi Valença disse...

Olá! Amei seu novo post, achei muito bonitinho(novidade... rsrsrs). Já estava com saudades de ler o que você escreve.
Beijos

nina disse...

Chorei feito uma boba. Chorei feito uma camponesa (ou uma cortesã) que recebe a carta de seu amado já distante. Chorei feito o orvalho que cai toda manhã, pouco antes da chegada do sol. Enfim: Chorei com o último comentário que me fez.

E as vezes penso que o senhor é louco, professor. Louco por depositar confiança em mim. Louco por achar que minha escrita é ótima, ou, como devo dizer, "libertária". Louco porque, és um professor e me valoriza de uma maneira que nem sequer consigo expressar.
Não me acho tão capaz. Acho mesmo é que preciso melhorar em muita coisa a minha escrita. Acho que deveria ler mais e ser detalhista -a primeira coisa consigo fazer, mas a segunda é muito difícil. Acho que defino muito as coisas ao meu redor, sem concluir nada ou adjetivar. Sou consideravelmente um lixo na escrita. Tenho medo. Muito medo. Medo de lerem e rirem. Medo da crítica. Medo de um primeiro livro publicado. Medo daquele escritor do jornal A Tarde que criticou o novo livro de um amigo meu. Medo de revelar segredos...

Sabe, acho que aprendo muito com o senhor. E com todos os que me visitam. Chorei. Chorei e choro até agora. Sou uma boba, confesse!

Quanto a carta: Escrevi. Escrevi mas não enviei. Receio que aquela que se encontra na terceira gaveta de minha escrivaninha, já esteja velha. Escreverei outra, para ficar recente. Perdão pelo atraso. E outra coisa: Minha letra é péssima. Típico mal de quem é ansiosa e escreve rápido demais, ai, ai, ai...

Um abraço.