sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Estamos Brigados

É chuva, e estamos brigados. Eu e ela. Vai pingando barulho pelas gotas que caem no chão, e a janela esta cansada de me ver tão perto, olhando para “não sei o que”. Já posso até ouvi-la reclamar bem baixinho, quase acompanhando os barulhos gotejantes que escorrem das nuvens. E eu ali sentindo falta dela.

Estamos nessa há um ano... Sorvo meu café, olho a chuva, e penso o quanto o asfalto era menos asfalto quando ela estava comigo, ou o chilreio das rodas de ferro nos trilhos eram uma canção doce. Ela estava sempre ali... E se ria toda prosa, no mesmo barulho da conversa entre papel e caneta, enquanto eu dizia coisas ininteligíveis a outros humanos. Era apenas para ela. Somente ela entendia.

Um ano. Palavra, minha amada, onde está você? Seu riso, sua mão fluída e fria, de barulhos insólitos espalhados na minha mente, para onde você levou?

Minha dor é muita. E agora nesta hora tão vária, tão pária, você me faz falta. Como você pode? Deixou-me assim... A troco de quê?

Mas você nem me responde. Ri faceira, com seu rosto dúbio escondido em seu toque líquido, no sussurro de seu canto de mil-cores cintilante breve e grato do som de tuas curvas.

Com as tuas curvas eu andava mais longo. E tudo para mim era uma graça sem fim. Palavra onde está você? Você me deixou órfão? Um “maior abandonado” .

Lembra de maio? E do vento, “tu lembras”? E aquela folha ínfima , pequena ,e cheia de vida seca? Você me mostrou como ela dançava ao vento. E eu ficara ali maravilhado. Alumbrado.

Palavra, não me deixe sozinho. Fica ao meu lado.

Meus dias são turbulentos, e sem você turbulência não é poesia, nem risco e memso ainda postagem em blog. Isso então nem se fala.

Sem você meu amor, escrever dá graça. Volta que eu to te esperando.

Eu sei que não tem cafuné que te amanse, nem abraço que te acalma, mas eu faço tudo o que você mandar. Me sujeito aos teus caprichos.

Palavra, me encontre na esquina, naquela praça novamente. Palavra...Palavrinha, meu amor. Me ache naquele ponto de ônibus, naquele sonho, na música, dançando pelas notas, escondida, risonha.

Vem para aquela valsa comigo e rir da velha que grita “é meu” no carteado à meia luz.

A praça não tem mais graça sem você Palavra.

Minha vida está sem bossa. Palavra. Volta Palavra Meu amor.

Vou te mandar uma carta. Palavra eu to chorando... E com ela molharei o papel

4 comentários:

Unknown disse...

RIMÃO!!!! o rimão finalmente voltou a postar de novo!!!! a caíni fica felizinha!!!! :D
Que bom que a palavra voltou pro Rimão!!! este lindo ser!!!
"la palabra permanece"!!!!!!!!!!!!!!!

TINHAMU RIMÃO FOFO

Unknown disse...

eu ameeeeeeeei essa parte... muito genial:

" Palavra, me encontre na esquina, naquela praça novamente. Palavra...Palavrinha, meu amor. Me ache naquele ponto de ônibus, naquele sonho, na música, dançando pelas notas, escondida, risonha.

Vem para aquela valsa comigo e rir da velha que grita “é meu” no carteado à meia luz.

A praça não tem mais graça sem você Palavra.

Minha vida está sem bossa. Palavra. Volta Palavra Meu amor.

Vou te mandar uma carta. Palavra eu to chorando... E com ela molharei o papel"

Hibiscus disse...

RIMAO SERÁ QUE NÃO ESTÁ NA HORA DE COMER FANDANGOS? HEHE. EU TINHAMO MAIS QUE AS PALAVRINHA! BEJO, TAISI

Luiz Paulo disse...

"Minha vida está sem bossa."
"E se ria toda prosa..."
suas palavras.. minhas palavras.. rs

voltou a postar! muito bom caio.. poste mais pois já tem um leitor chato querendo algo novo.. rsrs