quarta-feira, 23 de abril de 2008

Zumbido Etéreo

*Me desculpem pelo sumiço. tive um feriado bem agitado, de sorte que tive apenas esses dias restantes para arrumar a bagunça dos afazeres. Peço perdão, pois gosto dos blogs que costumo sempre visitar. Não o fiz ainda por falta de tempo. Mas espero muito fazê-lo. Obrigadíssimo a todos! O apoio de vocês me mantém escrevendo*

Tempo em trânsito. Rodas em fúria escavam lentamente o asfalto já gasto e mal-tratado da avenida radial. Hora de fúria, no cansaço ao motor ruidoso sono e impaciência se misturam nos salões coletivos das máquinas “transportantes” de pessoas. A hora aperta , todos querem voltar , e uma cheia súbita de coletivos, caminhões e carros , tomam as pistas radiais, em busca dos seus cem-mil-destinos. Soma-se tudo e o inverso da fluidez acontece, pois carros e carrocerias não são fluídos, por isso a s estradas se enforcam de rodas e motores, um congestionamento, digno de um infarto.

Infarto fulminante. O Som desse grito é ensurdecedor: milhões de buzinas e motores , em uníssono absurdo, cantam sua canção urbana e caótica. Para desespero de uns; cansaço de todos. Como um zunido mortal, esta musica “asfaltíca” se espalha insulta os ouvidos mais cansados e desapercebidos. Nunca na história urbana, uma enchente de carros e carrocerias chegou à tamanha sinfonia escabrosa.

Etéreo insulto se torna, perturbando a alma dos seus viventes, que estridente vai rasgando naturalmente os céus e nuvens mais ingênuos.

A enchente motorizada e metálica ganhou voz etérea e absurda. E em resposta o sobrenatural há de dizer...

(E a sinfonia escaldante segue , em glorioso espanto e terror, se, se importar com o porvir)

Então desce em invisível cavalgadura, um súbito cinza-silêncio sobre a urbes , que sorrateiramente vai cobrindo a cidade em sua caótica harmonia sinfônica. O entalar ensurdecedor de fluxo de veículos é tomado de um pavor silencioso , num mortal “calamento” de tudo. E a sombra extraordinária vai cobrindo molécula por molécula, toda a orgulhosa sinfonia ás avessas, que de espantados vão deixando os “urbanos conviventes” estupefatos de pavor calado e surdo.

O silêncio do céu desce calado e impetuoso, como resposta ao absurda ao caótico orgulho dos motores num zumbido de pavor e castigo.

Zumbido etéreo: misterioso silêncio que calou homens, máquinas e motores , em suas orgulhosas carruagens urbanas cuspidoras de fumaça e gritos “rodantes” sobre o asfalto quente da tarde que se esvai em silêncio repentino.

7 comentários:

nina disse...

Os seus textos também me agradam, professor.
(Posso chamá-lo assim? Ainda não sei se é mesmo professor, mas se for, terei de chamá-lo dessa maneira. Não consigo ver um professor sem tratá-lo com tal respeito)
Engraçado, o senhor diz que meus textos sao leves. Eu os considero bobos mesmo. Nem sei porque escrevo, me parece algo tão inútil!
Veja bem: Tenho apenas 15 anos, o que pode interessar a um adulto oisas escritas por uma pirralha?

Raylane Caldas disse...

Muuito bom o texto.
Beeijos ;*

Anônimo disse...

Ola meu caro,

É incrivel como uma tarde pode ter tantos significados, seja eles sonoros, visuais ou sensoriais.

Sobre as cartas: ainda nao as iniciei (estou com falta de tempo), mas prometo q até esta semana as colocarei em execusão.

Sobre o comentário o questionamento da Nina "Tenho apenas 15 anos, o que pode interessar a um adulto oisas escritas por uma pirralha?"

A resposta é simple, aquilo q não encontramos em todos adultos: juventude e apreciação.

Ela tem grande potencial, acho q tu já reconheceu isso.

se cuida meu caro.
obrigado pela amizade!

Digão disse...

Oi meu amigo. Ainda não escrevi a carta que haviamos combinado neh. Mas ando sem vontade de escrever e sem animo tb. Mas obrigado por passar lá no blog ok
Abração

Amanda Beatriz disse...

você ficou 3 horas preso no transito? p/ escrever com tanta riqueza de detalhes assim! me lembra quando pego transito aqui em São Paulo! aff, é infernal!
beijo!

nina disse...

Professor, o senhor, de fato, me vê tranparente. São pessoas como o senhor que me fazem ter inspiração para escrever mais e mais, obrigada.

Sim, eu gostaria de participar desse projeto que estás planejando, em relação as cartas.

Cá está o e-mail que mais uso: nosliricos@gmail.com

Um abraço.

Éverton Vidal Azevedo disse...

O nome do texto já me lembrou uma música do hermeto Pascl que ouvi anteontem com a Cris, cujo nome é "Suíte Paulistana". Formada com ruídos e zumbidos aleatórios de instrumentos, ela parece ser a versao musical do seu texto rs.

Por sinal dizer que ele é ótimo é quase redundância. O legal em você é o seu estilo, para mim, bem novo.

Forte abraço.
Inté!